quarta-feira, 15 de maio de 2013

ESTIMULE AS BRINCADEIRAS.

POR QUE A TERAPIA OCUPACIONAL FALA SÉRIO BRINCANDO?
PORQUE BRINCAR, É COISA SÉRIA!


ESTIMULE A BRINCADEIRA.

A Terapia Ocupacional, enquanto “profissão que habilita pessoas a se engajarem nos papéis, tarefas e atividades que têm um significado para as mesmas no seu dia a dia e que definem suas vidas” (Trombly, 1992) ou que facilita o engajamento das pessoas em suas ocupações  dando suporte à participação dos indivíduos no contexto em que vivem, entende o brincar enquanto atividade predominante na infância.
Consideramos portanto, que no brincar “a criança envolve-se com a mesma atitude e energia que nos engajamos em nosso trabalho. Brincar é uma incumbência séria que não deve ser confundido com diversão ou uso ocioso do tempo, não é leviandade, é uma atividade intencional” (Alessandrini, 1949).
É neste sentido que o brincar marca a prática terapêutica ocupacional, podendo estar presente como recurso terapêutico ou papel ocupacional do sujeito de atenção, assim, atividade meio (para aquisição de habilidades requeridas) ou atividade fim (sendo foco o desempenho independente e funcional no brincar).

“É por meio do brincar e das brincadeiras com o próprio corpo, com o corpo do outro e com os objetos, que a criança vai desenvolvendo todo seu repertório motor, sensorial, cognitivo, social e emocional. Brincando descobre que pode agir no mundo e promover mudanças (montar e desmontar, misturar, encaixar, construir, criar, imaginar) (…) por meio da experimentação de desafios, investigação e resolução de problemas e exercício de suas funções (ZERBINATO; MAKITA; ZERLOTE, 2003).”
A partir deste conhecimento, o terapeuta ocupacional irá considerar a história de vida da criança, seus fatores genéticos e epigenéticos (resposta aos estímulos ambientais), seu comportamento motor, cognitivo e psicossocial em atividade, para encaminhar ou definir determinadas atividades terapêuticas ou uma abordagem, de acordo com as necessidades específicas de cada criança (Motta e Takatori, 2001).
Analisando as capacidades pessoais (habilidades, limitações e características) e as demandas do ambiente (social e físico) e da atividade requerida, o terapeuta ocupacional é capaz de definir qual é a atividade lúdica mais indicada, possível de ser concretizada e potencialmente mais benéfica a cada criança, dirigindo a atividade de forma a estimular ou aprimorar determinadas habilidades motoras, cognitivas ou psicossociais.

Graduando o brincar...

A graduação de uma atividade  envolve aumento ou diminuição seqüencial das demandas da atividade com o passar do tempo para estimular a melhora de função do cliente ou para responder à diminuição da capacidade funcional (Crepeau, 2002).
Este é um recurso fundamental utilizado por terapeutas ocupacionais na estimulação de habilidades cognitivas, motoras e psicossociais durante o brincar, junto a crianças que apresentam deficiência ou incapacidade de qualquer ordem. Através destes os déficits de desempenho são minimizados e componentes necessários ao desempenho desenvolvidos, a partir de demandas crescentes nas atividades lúdicas. Da mesma forma o desempenho mais funcional do papel ocupacional também é estimulado a partir da proposição de atividades cada vez mais exigentes de diversos pontos de vista, sendo incorporados novos desafios a medida que a criança avance no desempenho do papel de “brincante”.

Adaptando o brincar...

A adaptação da atividade é o processo de modificar as tarefas e as atividades para promover função independente (Crepeau, 2002).
No caso de déficits físicos (motores e/ou sensoriais) ou cognitivos no desempenho do brincar, o terapeuta ocupacional lança mão dos recursos de adaptação das atividades lúdicas, propondo-se novas formas de fazer ou modificações em uma ou mais etapas da atividade a ser realizada. Estes podem envolver simplificação cognitiva, redução de resistência física, redução de barreiras (físicas ou sociais) ou uso de equipamentos de adaptação de objetos lúdicos e brinquedos e modificações estruturais no espaço de brincar. Objetiva-se assim que a criança portadora de deficiência ou incapacidade, no contexto da educação especial, seja capaz de participar e interagir socialmente, possa agir sobre o mundo e experiencie os estímulos advindos da realização de determinadas atividades lúdicas, que não possam ser vivenciadas, se não de forma adaptada.

Portanto, podemos perceber que a contribuição que a Terapia Ocupacional faz no atendimento de crianças se da através do desenvolvimento de uma atitude saudável e positiva com a brincadeira, onde esta favorece na criança o interesse do agir das mesmas no seu cotidiano. Neste sentido, buscamos os recursos, os interesses e os aspectos saudáveis da criança para levá-la a ser ativa em seu cotidiano, e daí, retirar prazer e satisfação.


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Quer saber mais? Separamos alguns links sobre o tema de hoje pra você.

Espero que tenham gostado :)
Beijos!
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* Dani Sousa