quinta-feira, 4 de abril de 2013

04 de ABRIL - DIA NACIONAL DO PARKINSONIANO


Você sabia ?

No dia 04 de abril se comemora o DIA NACIONAL DO PARKINSONIANO.





MAIS O QUE É O MAL DE PARKINSON?

A Doença ou Mal de Parkinson (DP) é uma desordem neurológica degenerativa progressiva do sistema nervoso central que acomete principalmente o sistema motor. Atinge atualmente cerca de 1% da população com mais de 60 anos de idade (MÜNCHAU & BHATIA, 2000). Mas a doença acomete muitos adultos com idade inferior, e, em raros casos genéticos, ela pode se desenvolver antes mesmo dos 40 (LANG & LOZANO, 1998).

A principal característica observada em pacientes é a intensa perda de neurônios cerebrais dopaminérgicos predominantemente na região nigra (Figura 1.)

Sem a dopamina, o cérebro não pode enviar mensagens corretamente. 

Principais sintomas da Doença de Parkinson:

  • Tremor em repouso, geralmente começando nas mãos;
  • Rigidez muscular;
  • Lentidão e/ou supressão de movimentos voluntários;
  • Alterações posturais;
  • Manifestações não-motoras como: depressão, comprometimento da memória (podendo haver demência), alterações do sono e distúrbios do sistema nervoso autônomo. 
É importante ressaltar que não existe, até o momento, como prevenir, parar, ou curar a DP.

Atualmente, há duas principais abordagens terapêuticas utilizadas: farmacológica, com grande parte das pesquisas concentradas em melhorar os medicamentos já existentes, e a cirúrgica, como última alternativa tradicional.

*CIRURGIA

Na virada do século XX, pesquisadores descobriram que destruir um pequeno número dos sistemas motores do cérebro reduzia os tremores parkinsonianos. Embora o procedimento muitas vezes cause fraqueza muscular, os pacientes o preferiam aos tremores. Aparentemente, a eliminação das células que estavam disparando incorretamente ou demais, permitia ao restante do cérebro funcionar
normalmente.
Mas não são todos os pacientes de DP que são aconselhados a se submeterem à cirurgia. O paciente ideal é aquele que durante vários anos apresentou boa resposta à medicação.

TRATAMENTO TERAPÊUTICO OCUPACIONAL E MAL DE PARKINSON


Para execução de qualquer movimento, desde os que envolvem apenas movimentos mais finos como alcançar e pegar um alfinete, como os que envolvem vários segmentos corporais como o andar, são necessários dois requisitos fundamentais: a capacidade de manter a posição adequada do corpo no espaço para dar suporte ao movimento, ou seja, a postura, e a capacidade de manter a estabilidade do corpo durante o movimento, o equilíbrio (PIEMONTE, 2003).

Os músculos superiores são muito importantes para a realização de praticamente todas as funções. Os sintomas motores do Mal de Parkinson prejudicam progressivamente os movimentos finos como abotoar roupas, vestir-se, utilizar talheres, escovas de dente, etc. A lentidão para realizar as atividades finas diminui a mobilidade dos membros causando encurtamento e fraqueza muscular. Isso leva à deficiência na manutenção da estabilidade das articulações promovida pelos músculos, acarretando dor, crepitação (estalos) e limitação da amplitude de movimento (PIEMONTE, 2003).
Os músculos inferiores exercem importantes funções, além da locomoção, e tem papel fundamental em diversas outras atividades. Os músculos inferiores são freqüentemente acometidos e a tendência é a imobilidade o que com o tempo acarreta a perda de força e encurtamentos em vários grupos musculares levando à dores lombares e prejudicando o equilíbrio e a postura.

As atividades utilizadas pela Terapia Ocupacional devem ser aplicadas de forma regular e contínua para maior eficácia do tratamento.
• Jogos de baralho, dominó, memória, seqüência lógica, jogos com palitos podem ser usados em diversos tamanhos.
O que trabalha: memória, concentração, flexão e extensão de ombros e cotovelos, preensão fina e grossa e postura.
• Jogo com bola utilizando as mãos: jogando uma bola contra a parede ou para outra pessoa, ou acertar a bola em cestos. Esses movimentos podem ser feitos sentados ou em pé.
O que trabalha: amplitude de movimento, coordenação motora, atenção, postura, flexão e extensão de ombro.
• Utilizar xícaras, batom, tesoura, prendedor de roupa. Colocar bolas de gude dentro de garrafas plásticas, empilhar copos plásticos, apontar lápis, dobrar roupas, pegar objetos em lugares altos.
O que trabalha: pinças, amplitude de movimento, concentração, flexão e extensão do tronco; flexão e extensão dos cotovelos e dos ombros, adução e abdução dos ombros, atenção, rotação de punho.
• Exercícios com as mãos: abrir os dedos, fechar os dedos, fechar as mãos, esticar os dedos, dobrar os dedos em direção a palma da mão, um de cada vez, formar círculos.
O que trabalha: músculos intrínsecos e extrínsecos buscando maior funcionalidade dos dedos.
• Jogo com bola utilizando os pés: com bolas de diferentes tamanhos e pesos, chutá-las contra uma parede.
O que trabalha: equilíbrio, concentração, rotação de cintura pélvica, força, flexão e extensão de joelhos, desvio tibial e fibular, podendo ser realizadas em grupo, trabalhando assim a socialização.
Atividades físicas variadas ao ar livre também são indicadas por favorecer maior contato social e com o ambiente. A rigidez muscular pode ser trabalhada através de massagens e atividades de alongamento.

Além do atendimento clínico terapêutico são necessárias adaptações do ambiente doméstico e orientação de familiares e/ou cuidadores para continuidade do atendimento. Segundo Giménez e Bañón (1999) as atividades cotidianas são o principal alvo do tratamento desta doença progressivamente incapacitante.


Portanto, o tratamento terapêutido ocupacional deve enfatizar:

  • Reorganização da rotina;
  • Socialização;
  • Exercícios da musculatura facial;
  • Atividades que aumentem a estabilidade postural;
  • Orientações para reduzir a ocorrência do tremor;
  • Utilização de técnicas de conservação de energia;
  • Incentivar o indivíduo a manter a realização de atividades da Vida Diária e Vida Prática;
  • Adaptação do ambiente;
  • Adaptação de atividades que requerem controle motor fino;
  • Instalação de equipamentos de segurança;
  • Auteração no mobiliário (CAVALCANTI, 2007);
Lembrando que o progresso do Mal de Parkinson é lento, e, nas fases avançadas, pode haver comprometimento mental. Por isso, a doença requer tratamento especializado e uma equipe multi e interdisciplinar.


Espero que tenham gostado :) .
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* Dani Sousa :*

Links: http://www.cff.org.br/sistemas/geral/revista/pdf/12/inf25a29.pdf
http://www.inicepg.univap.br/cd/INIC_2006/inic/inic/03/INIC0001028ok.pdf